sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2012!!!

É chegada a hora da despedida...
Querendo ou não, todos paramos por um instante para fazer uma reflexão, mesmo que rápida, do ano que passou.
Nesse momento é importante vasculhar com cuidado a caixinha da memória e buscar guardar aquilo que servirá como base para um futuro crescimento.

Dificuldades?! Várias;
Problemas?! Sim, às vezes pareciam insolúveis;
Decepções?! Algumas, isso é inevitável;
Lágrimas?! Aos montes;
Risos?! Em grandes porções;
Alegrias?! Inúmeras;
Surpresas?!Diversas;

Não importa o sentimento ou a emoção vivida se delas não tirarmos algo importante para o fortalecimento de nosso caráter e nosso desenvolvimento como ser humano. Afinal, não é fácil viver!
Pessoas inteligentes não são aquelas felizes os 365 dias de um ano, mas aquelas que escolhem extrair o melhor de cada situação vivida ao longo dos 365 dias anuais.

Meu desejo é que você faça escolhas inteligentes e saudáveis durante o novo ano que está chegando e também que na despedida do ano que se vai, ao relembrar de seus momentos, sinta-se grato por tudo aquilo que o Autor da vida lhe proporcionou!

Um 2012 surpreendente pra você!!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal

Chegou o Natal!!!
A época mais esperada do ano. As pessoas se sentem mais solidárias, querendo confraternizar com o máximo de pessoas possível. As cidades se enchem de luz. O comércio se prepara pras grandes vendas. As famílias procuram se reunir e trocar os tão desejados presentes. Os grupos sociais realizam o tradicional amigo secreto. Enfim, tudo se enche de luz, alegria, generosidade, paz, amor.
Mas e quando acaba o Natal, o que sobra?
Afinal comemoramos o que nessa data?
A união, a paz, o amor, a beleza? E Jesus, onde fica nisso tudo? Uma vez que o Natal cristão nos remete ao nascimento do único e suficiente Salvador...
Pare, pense, reflita e aja... faça que seu 2012 seja um Natal diário, onde todos os sentimentos e o brilho de Dezembro estejam presente, mesmo nos momentos mais dolorosos e conflituosos.
Desejo um Natal e um 2012 surpreendente à todos!!!

Halloween

O Dia das Bruxas (Halloween -lido Hálouim- é o nome original na língua inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre basicamente em países anglo-saxônicos, mas com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos.
A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão").
Origem Pagã
A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam ao ano novo celta. A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrada com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.
Origem Católica
Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar "Todos os Mártires". Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão) num templo cristão e o dedicou a "Todos os Santos", a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III († 741) mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e "All Hallow Een" até chegar à palavra atual "Halloween".
Como nossa atual cultura tem sido bastante influenciada pelos E.U.A., tal festa passou a fazer parte das datas comemorativas do calendário escolar.
Após uma pequena introdução ao tema, para as crianças, realizei as atividades da imagem abaixo, buscando desenvolver habilidades artísticas com os pequenos, que demonstraram entusiasmo na realização das mesmas.

Consciência Negra

O tema faz parte do conteúdo escolar e é de extrema importância desenvolvê-lo com as crianças, desde a Educação Infantil, objetivando ensinar a conviver, como coloca um dos quatro pilares da Educação Nacional.
Trabalhei o tema utilizando a história "A Bonequinha Preta" de Alaíde Lisboa de Oliveira.
Inicialmente levei o painel e explorei a oralidade das crianças através dele, em seguida contei a história, utilizando slides com as figuras, depois as crianças fizeram atividades de registro desenvolvendo diversas habilidades e para finalizar o projeto cada aluno recebeu uma bonequinha de EVA.
Os resultados foram muito bons!!!

sábado, 29 de outubro de 2011

Artigo sobre Bullying

BULLYING: A BRINCADEIRA QUE MACHUCA
FLORIANO, M. Bárbara. Professora na Área de Educação Superior na FA4UATRO

Atualmente temos ouvido muito essa nova palavra “bullying”.Os noticiários, jornais, revistas, livros, matérias especiais, conversas no ambiente de trabalho e até os bate-papos de amigos estão voltados ao tema.
A curiosidade sobre tal assunto levou-me a pesquisar para compreender um pouco mais sobre esse fenômeno crescente que a cada dia tem ocupado mais espaço no cotidiano dos brasileiros.
Bullying é uma palavra de origem inglesa e sem uma tradução específica no Brasil, usada para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos. Esse termo pode ser usado para caracterizar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, proposital e sistemático inerente às relações interpessoais.
O praticante do bullying é chamado de bully (agressor), que pode ser uma única pessoa ou, como na maior parte dos casos, um grupo de pessoas.
O bully pratica tais atos de violência contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender, normalmente por uma desigualdade subjetiva de poder. Esse  agressor é o sujeito dominante de uma turma, proibindo qualquer atitude de solidariedade para com o agredido.
Dentro desse contexto podemos ver como a violência no mundo tem aumentado e isso se deve a vontade de obter poder e à grande intolerância que tem dominado a atual geração. Tais fatores agravam em muito a formação ou deformação do caráter de nossos jovens de hoje.
Abuso de poder, intimidação, prepotência, arrogância, intolerância e desrespeito são apenas algumas características adotadas pelos bullies como meio de impor sua autoridade e manter suas vítimas sob total domínio.Esses atos de desumanidade destroem a saúde física e mental, a autoestima e autoimagem das pessoas que são vitimadas pelo bullying.
Existem diferentes formas de bullying que serão listadas abaixo:
Verbal
·                    Insultos;
·                    Ofenças;
·                    Xingamentos;
·                    Gozações;
·                    Apelidos pejorativos;
·                    Piadas ofensivas;

Físico e Material
·        Bater;
·        Chutar;
·        Espancar;
·        Empurrar;
·        Ferir;
·        Beliscar;
·        Roubar ou destruir pertences da vítima
            
                 Psicológico e Moral
·      Irritar;
·      Humilhar e ridicularizar;
·      Excluir;
·      Isolar;
·      Ignorar, desprezar;
·      Discriminar;
·      Aterrorizar e ameaçar;
·      Chantagear e intimidar;
·      Tiranizar;
·      Dominar;
·      Perseguir;
·      Difamar
              
                 Sexual
·   Abusar;
·   Violentar;
·   Assediar;
·   Insinuar
            
                 Virtual ou Ciberbullying
·     Celular;
·     Internet
Esses aparelhos e equipamentos de comunicação são capazes de difundir muito rapidamente calúnias e maledicências.
O bullying, além de ser um ato de violência em seus termos acima citados, causa conseqüências psíquicas e comportamentais em suas vítimas, uma vez que essas são expostas por um tempo prolongado a um grande sofrimento interno. É importante lembrar que as situações de bullying agravam problemas preexistentes, podendo em alguns casos, exigir cuidados médicos e acompanhamento psicológico para que possam ser superados. São eles:

SINTOMAS PSICOSSOMÁTICOS
São sintomas que comprometem o bem- estar das pessoas. Normalmente manifestam-se na forma de sintomas físicos, após a pessoa passar por grandes pressões psicológicas.
Exemplos: dor de cabeça; cansaço crônico; insônia; dificuldade de concentração; náuseas, diarréia; boca seca; alergias; tremores; sudorese; tonturas; tensão muscular, etc.

TRANSTORNOS DO PÂNICO
E caracterizado pelo medo intenso e infundado que surge do nada e sem aviso prévio. O sujeito sente um medo e ansiedade enormes que vêem acompanhados de sintomas físicos (taquicardia, calafrios, boca seca, dilatação da pupila, etc). Um ataque de pânico pode durar de vinte a quarenta minutos.

FOBIA ESCOLAR
Manifesta-se através de um medo intenso de freqüentar a escola. A vítima de fobia escolar apresenta diversos sintomas psicossomáticos e de transtorno do pânico, dentro da própria escola.
A fobia escolar ocasiona repetência por falta, problemas de aprendizagem e, na maioria das vezes, evasão escolar, uma vez que a pessoa que sobre desse problema não consegue permanecer no ambiente que lhe suscita lembranças traumáticas.
Um fator que pode agravar em muito a fobia escolar é a prática do bullying, e portanto o professor, bem como todos os envolvidos no processo escolar devem estar atentos para prevenir e impedir que tal prática seja ativa na escola.

FOBIA SOCIAL
Também conhecida como timidez patológica. A pessoa que sofre de fobia social tem uma ansiedade excessiva e persistente, com um grande medo de ser o centro das atenções ou de ser avaliado e julgado negativamente.



TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
É uma sensação de medo e insegurança persistente. A pessoa que sofre desse transtorno preocupa-se com todas as situações ao seu redor.
Normalmente são pessoas impacientes, apressadas, aceleradas, negativistas e costumam ter insônia, irritabilidade e, sem o devido tratamento podem sofrer de transtornos mais graves.

DEPRESSÃO
Trata-se de uma doença que interfere no humor, nos pensamentos, na saúde e no comportamento. Tristeza persistente; ansiedade ou sensação de vazio; sentimento de culpa; inutilidade e desamparo; insônia ou excesso de sono; perda ou aumento de apetite; etc, são sintomas característicos da depressão.

ANOREXIA E BULIMIA
São os transtornos alimentares mais relevantes atualmente em nosso contexto sociocultural.
A anorexia é caracterizada pelo pavor incontrolável que a pessoa tem de engordar, com grave distorção de sua autoimagem corporal.
A bulimia trata-se da ingestão compulsiva e exagerada de alimentos e seguida por um sentimento de culpa, levando a pessoa a praticar ações compensatórias para eliminar os alimentos ingeridos. Como exemplo disso: vômitos autoinduzidos, abuso de diuréticos, laxantes, excesso de exercícios físicos e longos períodos de jejum.

TRANSTORNO OBSESSIVO- COMPULSIVO
Pensamentos de natureza ruim, intrusivos e recorrentes, causando ansiedade e sofrimento, são características desse transtorno.
Na tentativa de exorcizá-los e aliviar a própria ansiedade, a vítima do TOC adota comportamentos repetitivos, sistemáticos e ritualizados.
A pessoa que sofre de TOC é tida como esquisita e até louca, o que acarreta grande constrangimento.

TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS- TRAUMÁTICO
É caracterizado por idéias intrusivas e recorrentes de um evento traumático pelo qual a pessoa tenha passado. Esse transtorno pode levar a um quadro de depressão, embotamento das emoções, sensação de vida abreviada, perda de prazer.

Diante de todas as conseqüências ruins que o bullying acarreta faz-se necessário que pais e educadores atentem-se para a ocorrência de tal ação nos ambientes em que seus filhos e alunos freqüentam cotidianamente.
Creio que seja de extrema importância transmitir uma educação com vistas ao respeito e a tolerância pelo diferente e isso só será feito no seio das famílias, seja ela da classe social que for, e na escola, considerada um ambiente de conhecimento.
O fenômeno bullying, assim como uma peça de teatro ou um filme, possui seus personagens. Veremos quais são e os papéis que esses desempenham nessa trama de terror.
Os agressores: são pessoas que apresentam desrespeito e maldade como traços de sua personalidade e, geralmente, possuem um poder de liderança normalmente legitimado pela força física ou psicológica.Tais pessoas apresentam desde cedo aversão às normas sociais, e seu desempenho escolar é sofrível. Falta-lhes claramente o afeto para com o outro, ou seja, a capacidade de empatia.
As vítimas: os motivos para a escolha da vítimas do bullying são os mais banais e injustificáveis, qualquer coisa que fuja aos padrões impostos por um determinado grupo já é apontado como motivo. Podemos dividir esse grupo em três subgrupos.
1)    Vítima típica= são pessoas com pouca habilidade social. Tímidas, reservadas, sem reação a comportamentos provocadores e agressivos dirigidos contra elas.
2)    Vítima provocadora= são aquelas que provocam em seus colegas reações agressivas contra si mesmas, porém não conseguem reagir de forma satisfatória contra as agressões.
3)    Vítima agressora= como forma de compensação reproduz os maus-tratos sofridos, procurando outra vítima ainda mais frágil e vulnerável.
Os espectadores: são aqueles que assistem às agressões, mas não tomam nenhuma atitude com relação a isso. Assim como as vítimas, podem ser divididos em três subgrupos:
1)           Espectadores passivos= por receberem ameaças e terem medo de serem a próxima vítima assumem essa postura.
2)           Espectadores ativos= embora não participem ativamente dos ataques, dão “apoio moral” aos agressores.
3)           Espectadores neutros= são aqueles que não apresentam nenhuma sensibilidade pelas situações de bullying presenciadas, normalmente isso se dá por uma questão sociocultural (lares desestruturados ou em que a violência faz parte de seu cotidiano).
Não importa o papel que se assuma dentro desse trágico contexto, o essencial é que todos tomem providências e assumam posturas para, ao menos minimizar, os efeitos maléficos causados pelo bullying.
O caso de Phoebe Prince, ocorrido em Massachusetts, Estados Unidos, é um claro exemplo de que atitudes precisam e devem ser tomadas.
Phoebe Prince era uma adolescente de quinze anos quando se enforcou na própria casa, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Ela havia se mudado com a família vinda da Irlanda, e durante meses foi alvo da perseguição de colegas na escola. Encontrou no suicídio a saída para uma situação que não via outra saída.  A tragédia provocou comoção em todo o país, despertando tristeza e indignação e levando a mudanças na legislação, no que ficou conhecido como o maior caso de bullying da história americana. Psicólogos, jornalistas e advogados são ouvidos sobre o problema e a postura que devem adotar a escola e a sociedade para evitar novas perdas e traumas. 
Tolerar o intolerável e justificar o injustificável são posturas de extremo desrespeito para com a maioria absoluta da humanidade, que batalha todos os dias por um mundo melhor e menos violento. (SILVA, p. 53)
Nossa vida só tem sentido quando nos relacionamos de forma sadia com as pessoas ao nosso redor. Sejam colegas de trabalho, colegas de escola ou familiares, enfim todos aqueles que fazem parte de nosso grupo social.
Nós, na condição de seres humanos, necessitamos de relacionamentos para podermos evoluir e crescer em qualidade de vida, entretanto esses relacionamentos precisam ter como base o respeito às individualidades.
Dessa maneira é importante que, pais e educadores estejam sempre atentos aos tipos de relacionamentos que seus filhos e alunos estabelecem com seus pares, pois as emoções, pensamentos e atitudes  são alterados positiva ou negativamente sob a influência do ambiente externo, o qual muitas vezes, serve de cenário para verdadeiras atrocidades.
A tríade relacionamentos/ cérebro/ ambiente externo é extremamente importante para o desenvolvimento de uma personalidade sadia, daí a importância de buscarmos sempre propiciar condições adequadas para tal desenvolvimento às nossas crianças e adolescentes.
Pessoas diferentes agem de diferentes formas frente ao bullying, pois cada pessoa utiliza os recursos psicológicos e reservas emocionais que possui diante das diversas situações enfrentadas em seu cotidiano. Há quem adoeça, mas há quem supere situações traumáticas vivenciadas.
Infelizmente vimos acima o exemplo de uma garota que não conseguiu superar o constante transtorno causado pelo bullying e acabou se suicidando. Agora veremos um exemplo de superação.
David Robert Joseph Beckham, considerado um dos maiores jogadores de futebol do mundo, declarou em entrevista à revista Guardian Weekend (Inglaterra)  que durante a sua adolescência foi vítima de bullying, pois enquanto seus colegas pensavam em diversão ele se focava no futebol. Recusando-se a sair a noite para beber com “a galera”, tornou-se vítima de constantes zombarias, seus intimidadores o chamavam de “mulherzinha”.
Beckham se juntou a outras celebridades para apoiar uma campanha anti- bullying denominada Beat Bullying ( acabem com o bullying), organizada pelo governo inglês e declarou à BBC News  que “o bullying é algo que todos nós temos responsabilidade de erradicar.”
Mesmo diante das constantes zombarias Beckham não se deixou intimidar e perseguiu seu alvo até atingir seu objetivo de ser um jogador profissional de grande expressão mundial, tornando-se a figura pública que é hoje.
Infelizmente não temos tantos exemplos positivos frente ao bullying como o de Beckham. Daí então, a importância de arregaçarmos as mangas e fazer valer o que diz o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente):
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Analisando esses artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente fica evidente que qualquer “brincadeira” em que o alvo dessa sinta-se ofendido e desrespeitado deixa de ser brincadeira e acaba ferindo a dignidade da pessoa.
O bullying é algo que fere em todos os sentidos a dignidade da pessoa que se torna vítima, perpassando questões éticas, uma vez que interfere nos relacionamentos estabelecidos entre seres humanos.
É necessário muito diálogo sobre o assunto com filhos e alunos, visando uma conscientização em massa para que tal “brincadeira que machuca” seja erradica de nossas relações interpessoais.
O bullying é um fenômeno bastante antigo, porém começou a ganhar proporção no início dos anos 70 na Suécia, onde passou a ser objeto de estudo científico, pois grande parte da sociedade mostrou-se preocupada com a violência entre os estudantes e suas conseqüências.
No Brasil temos a Abrapia- Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência que se dedica a estudar e divulgar esse fenômeno desde 2001. Temos também um Projeto de Lei, nº 350/ 2007, do deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa, que autoriza o Poder Executivo a instituir o Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária nas escolas públicas e privadas do estado de São Paulo.
Acredito que iniciativas como essas, se levadas a termo, chamará à responsabilidade os agressores, amenizará as humilhações das vítimas e conscientizará os expectadores desse fenômeno estarrecedor que tem feito parte de nosso cotidiano. E talvez, em um futuro próximo, possamos vislumbrar uma sociedade composta por indivíduos conscientes, críticos, responsáveis e sensíveis.
Encerro esse artigo com um trecho de Augusto Cury (2008), que ao meu ver, contribui em muito para o desenvolvimento de mentes menos perigosas e que tem a capacidade de empatia.
Ter cultura, boa condição financeira, excelente relação conjugal e propiciar uma boa escola para os jovens não basta para produzir saúde psíquica. Qualquer animal só consegue escapar das garras de um predador se tiver grandes habilidades. Prepare seus filhos ( e alunos ) para sobreviverem nas águas turbulentas da emoção e desenvolverem  capacidade crítica. Só assim poderão filtrar os estímulos estressantes. Serão livres para escolher e decidir (...) Prepare seu filho ( e aluno) para “ser”, pois o mundo o preparará para “ter”.

                        Referências Bibliográficas

CURY, Augusto. Pais brilhantes, Professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2008

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas nas Escolas: Bullying. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010

INTERNET: http://eptv.globo.com, acessado em 22/08/2011 às 21:46h.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicossomatica, acessado em 24/08/2011 às 21:28h
http://www.pdrdownloads.net, acessado em 19/09/2011 às 20:36h
http://revistaescola.abril.com.br, acessado em 17/07/2011  às 22:24h
http://meuartigo.brasilescola, acessado em 17/07/2011 às 22:27h
http://www.catolicaonline.com.br, acessado em 17/07/2011 às 22:30h
http://www.observatoriodainfancia.com.br, acessado em 13/10/2011 às 21:06h

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ARTIGO sobre Didática

DIDÁTICA: UM ESTUDO PARA UMA DOCÊNCIA DE MELHOR QUALIDADE
Por: FLORIANO, M. Bárbara

Sabe-se que a atividade educativa acontece nas mais diversas esferas da vida social (família, trabalho, igrejas, meios de comunicação de massa, etc) e que a escola tem como principal função sistematizar e democratizar os conhecimentos adquiridos em tais esferas.


Para que o processo educativo seja efetivo é necessário que oriente sobre suas finalidades e meios, suas opções de homem que deseja formar e a sociedade pela qual aspira, portanto a formação humana tem um caráter intencional, carregado de opções sociais e políticas, ou seja, o processo educativo, ou de ensino e aprendizagem, é influenciado por fatores externos e internos.

À Pedagogia, principal responsável pela área do ensino, cabe investigar as finalidades da educação numa determinada sociedade, fornecendo meios para a formação do indivíduo e preparando-os para a vida social. Pode-se afirmar que a Pedagogia dirige, orienta e formula objetivos para o processo educativo.

A Didática, enquanto uma área de estudo da Pedagogia, orienta o professor na escolha, aplicação e avaliação dos métodos que geralmente utiliza na sua prática pedagógica, ou seja, a Didática serve ao professor como um fio condutor para que sua instrução seja contextualizada e acessível aos alunos, enquanto esses mesmos alunos, buscam transformar as instruções recebidas em conhecimento significativo, apresentando uma devolutiva de tal conhecimento ao professor para que ele, enquanto responsável pela transmissão, apropriação crítica e produção de um novo conhecimento, avalie sua prática docente e assim a aprimore, buscando novas alternativas metodológicas.

A Didática busca fundamentar, criar condições e modos de realização para o ensino, uma vez que:
 - converte os objetivos sócio-políticos em objetivos de ensino;
 - seleciona conteúdos e métodos;
 - vincula o ensino e a aprendizagem;
 - visa ao desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos e
 - busca fundamentos para a prática educativa.

Cabe aqui explicar cada uma das funções da Didática acima mencionadas.
1º) Converte os objetivos sócio-políticos em objetivos de aprendizagem
Aqui falamos do campo social envolvido no campo escolar, uma vez que a escola está incumbida de formas cidadãos críticos e participantes na sociedade que estão inseridos. É necessário que ao selecionar os objetivos de aprendizagem, as habilidades à serem desenvolvidas e capacidades dominadas pelos alunos, os professores conheçam quais são os anseios da sociedade para os cidadãos em formação, pois qualquer intervenção pedagógica está embasada por posturas e conceitos sociológicos e ideológicos que levam à reflexão do papel que se deve assumir na sociedade enquanto membros ativos da mesma.

2º) Seleciona conteúdos e métodos
A seleção de conteúdos e métodos é o ponto de partida de qualquer aprendizagem.
Para que se possa selecionar os conteúdos e métodos de ensino é importante que se faça as perguntas “ por que ensinar?” e “ o que ensinamos?”

De acordo com Zabala (1998, p. 32) conteúdo é tudo quanto se tem que aprender para alcançar determinados objetivos que não apenas abrangem as capacidades cognitivas, como também incluem as demais capacidades.Portanto serão conteúdos de aprendizagem todos aqueles que possibilitem  o desenvolvimento das capacidades motoras, afetivas, de relação interpessoal e inserção social.

Dessa forma fica claro que a seleção de conteúdos deve considerar a pessoa integral, não apenas aspectos cognitivos.

Partindo dessa concepção para a seleção de conteúdo, pode-se afirmar que o método de ensino adotado deve ser um método globalizado, centrado exclusivamente no aluno e em suas necessidades educacionais, transportando assim o foco das disciplinas para as capacidades, interesses e motivações do aluno.

3º) Vincula o ensino e a aprendizagem
O principal problema do professor é que seu aluno aprenda. Toda aprendizagem é um processo integral, pois mobiliza toda a pessoa (intelecto, afetividade, sistema muscular, etc), e um processo qualitativo, pelo qual a pessoa fica melhor preparada para novas aprendizagens e acontece em dois movimentos simultâneos e integrados: a assimilação e a acomodação, nos quais o organismo se movimenta para se adaptar ao meio ambiente.

Ensinar não é o mesmo que aprender, o professor não pode obrigar o aluno a aprender e todo o esforço que fizer será perdido se o aluno não aprender. Apenas parte daquilo que se ensina é efetivamente aprendido.
Existem três fatores que interferem  no processo de ensino:
·              O aluno: suas motivações para aprender, seus conhecimentos prévios, a relação com o professor e a atitude com o conteúdo;
·              O assunto: a estrutura (seus componentes e relações), tipos de aprendizagem requeridos e a ordem de apresentação;
·              O professor: situação estimuladora ambiental comunicação verbal de instruções, informação ao aluno sobre seus progressos, relação com o aluno e a atitude com a matéria ensinada.

O sucesso do ensino está em manejar de forma dinâmica esses fatores, utilizando uma sequência didática bem planejada e respeitando o processo natural da aprendizagem.

Portanto o processo de ensino deve facilitar e incrementar o processo de aprendizagem, para tanto o profissional de educação deve utilizar a Didática a seu favor, selecionando os conteúdos e métodos de forma que garantam um processo de ensino-aprendizagem vinculados.

4º) Visa ao desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos
O desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos se dá através da interação professor-aluno.

Quando ministra sua aula o professor tem como objetivo apresentar tarefas cognoscitivas e o alunos dispõem de um certo grau de capacidades cognoscitivas (mentais), de acordo com sua idade, experiência de vida, etc.

O trabalho docente é caracterizado pela constante interação entre essas tarefas cognoscitivas colocadas pelo professor e a bagagem do aluno para executá-las.

Dessa forma o professor deve apresentar os objetivos, conteúdos de estudo e as tarefas de forma clara e contextualizada para que o aluno possa desenvolver-se cognoscitivamente.

5º) Busca fundamentos para a prática educativa
O objetivo de qualquer profissional deve ser se apresentar cada vez mais competente em seu ofício, sendo assim é preciso que tenha conhecimento e experiência em sua profissão.
Não é novidade nenhuma que todo profissional saiba que entre as tarefas que realiza algumas são muito bem feitas, outras satisfatórias e outras ainda precisam ser melhoradas, porém sabem realmente realizar tal avaliação?

No campo da prática educativa, para que tal avaliação seja efetiva é necessário que o professor possua conhecimento teórico de sua especificidade, ou seja, dos processos educativos e suas implicações, como também avalie os resultados obtidos de seu trabalho didático com os alunos e em havendo necessidade possa empregar novos métodos de ensino, reavaliando e modificando sua didática enquanto profissional.

Ao professor, que assume o papel de facilitador/orientador do ensino, faz-se de extrema importância que tenha uma formação profissional que o prepare teórico- científica e tecnicamente. A formação profissional deve ser contínua e promover o entrelaçamento da teoria com a prática.

Entende-se por formação técnico-prática a preparação específica para a docência, a qual inclui disciplinas como Didática, metodologias específicas das matérias, Psicologia da Educação, pesquisas e etc.

Toda teoria deve levar à reflexão dos problemas reais adjacentes de experiências práticas que resultem em ações embasadas pela teoria, ou seja, forma-se um círculo entre teoria e prática. O que nos remete a concluir que a Didática está intimamente ligada a bases teórico-científicas e a prática docente.

A cargo da Didática ficam O QUE e o COMO do processo pedagógico escolar. Ao processo didático cabe a mediação entre objetivos, conteúdos, métodos e matérias de ensino.

O profissional da educação que obtém conhecimento das bases teórico-científicas e técnicas, e a articulação do ensino com a realidade possui maior segurança profissional, sendo  capaz de pensar e aprimorar a prática e a qualidade de seu trabalho.

A meta da escola pública, enquanto produtora e reprodutora de conhecimentos sistematizados deve ser preparar as crianças para participarem ativamente da sociedade na qual estão inseridas. E o trabalho docente é o de ensinar e instruir. Cabe elucidar a diferença entre esses dois termos. Instrução é o domínio dos conhecimentos sistematizados e o desenvolvimento das capacidades intelectuais enquanto que o Ensino está relacionado as ações para a instrução, são as atividades entre professor/aluno, a transmissão/ assimilação de conhecimentos, habilidades e hábitos.

Nesse ponto pode-se afirmar que a Didática orienta a ação docente, partindo de situações concretas de ensino, pois é ela quem dá o suporte necessário à escola e aos professores para que realizem suas atividades e tarefas básicas, cumprindo assim suas responsabilidades sociais e políticas.

O compromisso social e ético do professor é preparar seus alunos para que se tornem cidadãos ativos e conscientes, a característica mais importante de sua atividade profissional é a mediação entre aluno e sociedade, entre as condições do aluno e sua destinação social, para tanto ele precisa planejar e desenvolver suas aulas e avaliar o processo de ensino.
A responsabilidade profissional docente é o empenho na instrução e educação de seus alunos; dirigir o ensino e as atividades objetivando que os alunos dominem os conhecimentos básicos e habilidades envolvidos em tal instrução.

A Didática, entendida como teoria da instrução e do ensino, é uma atividade eminentemente pedagógica, pois estuda o processo de ensino e orienta a atividade profissional dos professores, investigando as condições e formas de ensino, bem como os fatores reais entre a docência e aprendizagem.

Os objetivos da atividade docente, na forma de atividade pedagógica, são:
 - assegurar aos alunos domínio seguro e duradouro de conhecimentos científicos;
 - criar condições e meios para que os alunos desenvolvam capacidades e habilidades intelectuais visando autonomia de aprendizagem e pensamento;
 - orientar tarefas de ensino objetivando a formação da personalidade.

Para atingir tais objetivos é preciso que o professor realize um conjunto de operações didáticas (planejamento, direção do ensino e da aprendizagem e a avaliação).

A Didática auxilia na formação docente, pois sintetiza os conhecimentos de outras disciplinas, o que esclarece os fatores de instrução e ensino e boas propostas de ensino estão embasadas em diferentes métodos e estratégias que amparam-se em diferentes correntes, que estejam adequadas aos princípios que norteiam a prática.

Um dos objetivos principais do ensino é o sucesso da aprendizagem, porém isso não é uma certeza, o que transfere ao aluno parte da responsabilidade. Só pode ser analisado levando em consideração seus atores, ou seja, professores e alunos.

A Didática nesse sentido tem papel fundamental, pois é através dela que se dá o encontro entre ensino e aprendizagem. Como assegura Feldman (1997, p. 67), a única pessoa que pode modificar o ensino é o professor e o ato de melhorar o ensino depende, em primeiro lugar e sobretudo, de que se compreenda isso”.  Só se pode obter essa compreensão com o auxílio da Didática, que como foi dito anteriormente, utiliza-se de bases teóricas para avaliar a prática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORDENAVE, Juan Díaz e PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1977.

CANDAU, Vera Maria. Rumo a uma nova Didática. Rio de Janeiro: Vozes, 1988.

FELDMAN, Daniel. Ajudar a ensinar: relações entre didática e ensino. Porto Alegre: Artmed, 2001.

LIBANEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1997.

ROSA, Dalva E. Gonçalves e SOUZA, Vanilton Camilo de. Didática e prática pedagógicas de ensino: interfaces e lugares formativos. Rio de Janeiro: DP e A editora, 2002.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.